Duração: 108min
Origem: EUA
Estréia: EUA - 5 de março de 2010
Estréia: Brasil - 23 de abril de 2010
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Tim Burton
Roteiro: Linda Woolverton
Produção: Tim Burton, Joe Roth, Jennifer Todd, Suzanne Todd
O diretor americano Tim Burton (“A Fantástica Fábrica de Chocolate”), mais uma vez, mostra uma forma peculiar de conduzir suas obras, algo que é visivelmente diferenciado dos outros cineastas e, por isso, é bastante apreciado. É um misto de sensibilidade de captar o imaginário com uma forma ousada de lhe dar vida. Sua parceria com Johnny Depp (“Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet“), mais uma vez encabeçando o elenco principal de uma obra do diretor, só vem a mostrar a confiança que ele tem não só no trabalho de Depp, mas também no seu próprio à medida que repete elementos, deixando-a com a sua cara.
Johnny Depp está mais uma vez espetacular. É impressionante a desenvoltura do ator para personagens ímpares. Mia Wasikowska (“Amélia”) faz uma Alice na medida certa. Anne Hathaway (“Idas e Vindas do Amor”) aparece um pouco artificial, mas também agrada. O grande nome do filme é, sem dúvida, Helena Bonham Carter (“Harry Potter e o Enigma do Príncipe”). A cabeçuda rainha vermelha é responsável por quase tudo no filme, desde os momentos cômicos, e principalmente estes, até os momentos decisivos na obra.
O maior receio que se tem de obras como esta é quanto ao roteiro, uma vez que temos observado muitos exemplos de obras fantásticas visualmente e, em contrapartida, um roteiro medíocre se comparado ao fascínio promovido pelos recursos utilizados. E não é que aconteceu de novo! Embora não comprometa totalmente, o roteiro é o ponto fraco do longa. Linda Woolverton não conseguiu dar a história o tom alcançado por Burton e, muito menos, a grandeza esperada pelos fãs.
Algo fundamental que faltou a obra foi o fator emotivo. As cenas que deveriam emocionar, simplesmente, não o fazem. O lado sensitivo de Burton até pode suprir parte disso, mão não tem como não reparar a falta de emoção. Alice é forte, decidida. O futuro noivo não é nada romântico e muito menos gosta dela. Ela é ajudada por todos e quase não encontra dificuldade para conseguir o que quer, nem sua relação com o Chapeleiro consegue arrancar algo que não seja cômico. Assim, o que corre é o público simpatizar mais com a cômica vilã do que propriamente com a mocinha.
Quanto ao aparato técnico, o filme é excelente. A fotografia é incrível e mais parece ter sido tirada de um sonho, formando um ambiente sombrio, nebuloso e até enigmático. A trilha sonora é boa e moderna e se alia à edição inteligente. Os efeitos visuais transformam o filme e fica difícil imaginar assistir ao filme em salas que não tenham o 3D, uma vez que sem os efeitos, o longa não atinge a mesma eficiência.
Tim Burton merece ser reconhecido por seu talento e, principalmente, por sua peculiaridade que acrescenta muito a um universo cada vez mais marcado pela falta de originalidade. A obra pode até pecar em alguns pontos cruciais, mas sua grandeza sensitível envolve e fascina público.
(Assista ao trailer)
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